A Constelação Sistêmica é um processo de conscientização poderoso.

É um caminho de percepção da realidade inconsciente,  trazendo informações à consciência, para que então possamos tomar decisões ou apenas entender de onde vem a desordem ou problema que enfrentamos.

O termo original desta abordagem na Língua alemã é “Familienaufstellung”, que tem como sentido literal “colocar a família na posição” [numa ordem harmônica, onde cada um tem seu lugar].

Bert Hellinger, Psicanalista alemão, sistematizou, inicialmente o que conhecemos como Constelações Sistêmicas Familiares, como uma forma de terapia breve. Inicialmente desenvolvida em grupo, tem como alicerces,  a Teoria Geral dos Sistemas e abordagens e métodos terapêuticos como: A Gestalt terapia (Fritz Pearls), a Terapia Sistêmica Familiar, o Psicodrama (de Jakob Moreno), os vínculos invisíveis (Boszormenyi-Nagy), a técnica da família simulada (Virgínia Satir), a Análise Transacional (Eric Berne) e a PNL.

Ancorado na Fenomenologia, que tem como premissa apenas observar os fenômenos e não interferir, não julgar, apenas descrever e identificar o que se mostra, a Constelação tem como característica este olhar. Identifica-se o que está no inconsciente familiar através de uma dificuldade ou sintoma de uma pessoa que pertence a este sistema.

A constelação é como um exame de Raio X. Ela traz à luz o que está oculto e atua como um diagnóstico.
A partir desse diagnóstico é possível olhar e ver o que acontece, e então, agir.

Embora não haja consenso entre os profissionais que trabalham com as diversas formas de constelação sistêmica, ora tratada como terapia breve, ora tratada como método; ela é uma filosofia aplicada.

A Constelação Sistêmica é empregada em muitas áreas, e independentemente disso,  pode ter como objetivo a análise e/ou harmonização de  qualquer questão, dificuldade ou sintoma,  que pode estar sendo influenciada por forças e comportamentos inconscientes, em nível pessoal e grupal.

Pode ser aplicada em empresas familiares que enfrentam problemas ou desejam diagnósticos, reestruturação de equipes de trabalho e todas as áreas da vida de uma pessoa, seja financeira, profissional ou relacional.

Trata-se de averiguar se no sistema familiar ampliado existe alguém que esteja emaranhado no destino de membros anteriores dessa família. […] trazendo à luz […] a pessoa consegue se libertar mais facilmente.

Bert Hellinger

E como Funciona a Constelação?

A Constelação, genuinamente é uma prática focada e direcionada para a solução, portanto, é necessário que seja eleito um tema (ou sintoma) a ser observado.

– O Tema da Constelação: o cliente traz a sua questão definida

Temas como por exemplo:

“Não consigo promoção no meu trabalho”;
– “Estou sempre em dívidas, mesmo tendo um ótimo salário”,
– “Eu mudo de trabalho, mas nunca estou satisfeita”; ou ainda
– “Tenho problemas no meu casamento”

Ao apresentá-lo à um(a) Constelador(a), poderá sugerir os elementos que serão colocados para a identificação das questões inconscientes e,  a partir daí,  se escolhe objetos ou participantes que representarão o próprio cliente e os principais membros da família ou sintomas/questões; em seguida estes elementos ou pessoas são posicionados num espaço, seja ele uma sala (pessoas ou âncoras) ou uma mesa (no caso de bonecos), seguindo as sua imagens internas. A partir daí vem à luz um passo para a solução ou compreensão do que acontece.

– Os Formatos são: em Grupo ou Individual

Estes são os formatos mais conhecidos: Constelação em Grupo onde pessoas são posicionadas; e Constelação Individual:  onde usamos a âncoras de solo, em que tecidos ou papéis são posicionados; ou ainda os bonecos (seja em mesas ou na água), usados em constelações presenciais ou on-line.  Imagens: Rose Fraiser e Arquivo Pessoal.

Os facilitadores de constelações sistêmicas são preparados para que tenham uma postura fenomenológica, em que não haja interpretação, apenas descrição e auxílio no esclarecimento das imagens percebidas no campo (local onde estão posicionados os elementos ou pessoas).

A constelação se baseia no processamento imediato da experiência não verbal, vivencial e utiliza, na sua prática o método fenomenológico.(Marusa H. da Graça)

Nesses posicionamentos, é possível ter acesso às imagens do inconsciente familiar do cliente, já que se “[…] parte do pressuposto de que a constelação do sistema […]  reflete a imagem que ele tem do rol de relacionamentos, ordens, hierarquia, dependências e comunicação de sua organização […]” dizem Klaus Grochowiak e Joaquim Castella.

– A solução: A harmonia e o Entendimento

A Constelação, independente da forma como é aplicada, visa possibilitar a harmonia das leis que regem os nossos relacionamentos, observadas por Bert Hellinger ao longo de todo o trabalho que realizou; e chamadas por ele como Ordens do Amor.

Segundo Jacob Schneider, em geral, a constelação procura responder à pergunta: “Como o amor pode ser bem sucedido?”. Esse amor, ao que ele se refere, está ligado à harmonia, ao núcleo e à base das relações.

Após uma constelação, é possível tomar consciência, portanto, do que precisa ser harmonizado, entendido, adsorvido e o que precisará de uma ação concreta e uma postura, a partir do que foi observado.

As Ordens do Amor ou As Leis Sistêmicas:

Bert Hellinger, ao colocar em prática as constelações, passou a observar que haviam forças inconscientes que influenciavam todos os relacionamentos e que elas se manifestavam e se repetiam. As “Ordens do Amor” instituem as leis para os relacionamentos humanos e se baseiam nos princípios de vínculo, hierarquia e equilíbrio”.

Tais leis, assim como as leis observadas por Isaac Newton, apenas podem ser sentidas, como efeito; porém se respeitadas, As Ordens do Amor,  nos permitem ganhar qualidade de vida, já que boa parte de nossos problemas estão relacionadas à “quebra” de, pelo menos, uma dessas ordens.

  • Pertencimento (ou vínculo) – “com o nascimento, cada pessoa se torna parte irreversível de um sistema familiar e assim permanecerá durante toda a vida, até mesmo após a morte”. Não há lugar vazio. Todos que fazem parte de sua sobrevivência e/ou que influenciaram/garantiram-na pertencem ao Sistema Familiar;
  • Ordem (ou Hierarquia) – Aqui a ordem de chegada de cada membro no sistema determina o seu posicionamento e o lugar de importância que cada um ocupa neste sistema; e
  • Equilíbrio de troca nas relações (Dar e Tomar) – Equilíbrio entre o dar e o receber. “Cada ato de dar, gera o ato de tomar e cada ato de tomar gera outro de dar” (Grochowiak & Castella).

Se você ficou com alguma dúvida específica, me mande uma mensagem!

Alguns esclarecimentos sobre a Constelação Sistêmica

  • A constelação sistêmica não é nenhum tipo de ritual de cura com caráter mágico ou adivinhatório;
  • Não está relacionada a nenhuma religião ou prática espiritualista;
  • Não pertence ao campo da Psicologia; e
  • Ela não é Mágica: mesmo sendo muito questionada e apontada como pseudociência, ela está embasada, como foi mencionado anteriormente, em estudos e práticas terapêuticas reconhecidas; do mesmo modo o que  “parece mágico” é explicado por teóricos da Biologia, como Ruppert Sheldrake.Como um campo relativamente novo, é natural que hajam resistências e questionamentos; e tudo isso é válido para que possamos avançar, numa nova direção.Espero que os resultados alcançados por quem experimenta os efeitos da constelação e do pensamento sistêmico em si e na sua vida (assim como eu) sejam mais importantes, do que qualquer um desses questionamentos. Os resultados falam por si.

    Com carinho,
    Elaine Arnold

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